sábado, 29 de agosto de 2015

BRASIL RECEBE O FESTIVAL DE CINEMA “AVANCA 2015”

O Festival de cinema AVANCA 2015, que decorreu este ano pela 19º vez, em Avanca, entre 17 e 26 de julho, voa até ao Brasil onde terá o seu último momento depois de uma abertura em Madrid no Centro Cultural Pilar Miró.
No Brasil, o AVANCA 2015 visita a região do Maranhão, onde está em curso um importante plano de produção de cinema.
Será esta quarta-feira dia 2 de setembro e quinta-feira dia 3 que a Cidade de São Luís, no seu Teatro Municipal, irá acolher de forma inédita o evento “AVANCA | SÃO LUÍS Festival de Cinema 2015”, numa produção do cineasta brasileiro Francisco Colombo.
Posteriormente, outra cidade do Maranhão irá acolher um programa idêntico.
Entre os dias 9 e 10 de setembro, numa produção do professor universitário Marcos Fabio Belo Matos, o evento “AVANCA | IMPERATRIZ Festival de Cinema 2015” irá decorrer no Auditório da Universidade Federal do Maranhão, no Campus Centro da Cidade de Imperatriz.

Esta produção conjunta, que envolve o Festival de Cinema de AVANCA e entidades locais do Brasil, irá permitir a exibição de alguns dos filmes que neste e no ano passado marcaram o festival

Entre os 16 filmes selecionados para esta exibição está o multi premiado “Pecado Fatal” que, tendo sido distinguido em 2014, foi nesse ano o filme português de ficção de longa-metragem mais premiado internacionalmente. Realizado por Luís Diogo e protagonizado por Sara Barros Leitão e Miguel Meira, este filme é uma coprodução com o Cine-Clube de Avanca e a Filmógrafo.
Com produção de Avanca será ainda exibida a curta-metragem de animação “Foi o Fio” de Patrícia Figueiredo, a ficção experimental “Miragem” de Joaquim Pavão e a curta-metragem “Noturna” de Pedro Fararte. Este último filme tem a particularidade de ter sido produzido durante o Festival de Cinema AVANCA em 2014, durante os workshops que ali decorreram.
A programação portuguesa é complementada por “Deus providenciará”, do jovem cineasta Luís Porto, que este ano foi distinguido com o Prémio Estreia Mundial Curta Metragem e com uma Menção Especial para a fotografia de Francisco Vidinha.

A programação inclui os filmes “Shades of Gray” de Alexandra Averyanova e “Aire” de Romina Quiroz. Estas realizadoras, respetivamente da Rússia e México, estiveram este ano no Festival AVANCA 2015, onde dirigiram um workshop de produção de cinema de animação.
A programação é complementada por obras de países tão diversos como a Alemanha, Cazaquistão, Chipre, Espanha, França, Irão, Jordânia, República Checa, Rússia e Taiwan.

Entretanto, o festival, que prepara já a sua 20ª edição em julho de 2016, irá continuar em itinerância por diversos locais do país e do estrangeiro, numa dinâmica que procura dar visibilidade e alguns dos filmes que tiveram a sua primeira exibição nacional no Festival AVANCA e que, em alguns casos, ali tiveram mesmo a sua estreia mundial.


O AVANCA 2015, Encontros Internacionais de Cinema, Televisão, Vídeo e Multimédia, são uma organização do Cine-Clube de Avanca e Câmara Municipal de Estarreja, com apoio do ICA / Secretaria de Estado da Cultura, IPDJ, Região de Aveiro, FCT, Junta de Avanca, Paróquia e Escola Egas Moniz, entre diversas entidades locais.

domingo, 23 de agosto de 2015

ANTÓNIO GAIO, A VOLTA AO MUNDO DESDE ESPINHO


Sabíamos muitas coisas dele, conhecíamos a esposa, a família, os amigos... sabíamos de algumas das suas paixões e de como elas em Espinho davam frutos.
Sabíamos que, entre elas, as tiras, os desenhos, as bandas desenhadas quase o recolocavam no seu tempo de jovem. Um colecionador nato...
Sabíamos que por força disso se tinha estatelado, inequivocamente e sem porta de saída, no mundo do cinema de animação.
Mas não sabíamos que seria a 22 deste mês que nos deixaria.
Não sabíamos que contava 90 anos, como se o tempo não tivesse tido conversa com ele.
Afinal, dele não sabíamos tudo, mas sabia-mo-lo sempre presente.
Sabíamos que preservava a amizade (como bem o soubemos).
Sabíamos que por isso contava com ela.
Foi, por isso, marcando os cantos de um mapa que bem conhecia na sua cidade de linhas direitas. Espinho tinha-o por ali sempre. Catalisador de um modo muito especial, gestor sempre presente, participante e apoiante atento, foi construindo com um círculo de amigos marcos de memória que fortificavam cada novo ponto de partida... e foram muitos e bem conseguidos.
Conhecíamos alguns amigos, quase todos os que com ele participavam no cinema de animação em Espinho.
Conhecíamos os amigos do CINANIMA, os que agora fortalecem as paredes desta instituição, mas também alguns que, como agora ele, já por cá não estão.
Conhecíamos-lhe a amizade e parceria que manteve, com o Dr. António Cavacas na forma como dirigiram durante anos os destinos do CINANIMA, da Cooperativa Nascente e pensamos que outras paragens que estravazavam o cinema mas que não fugiam da cidade de ambos.
Conhecíamos a amizade com os cineastas que há muitos anos fazem a animação portuguesa, entre eles, conhecemos e assinalamos sobretudo Artur Correia e Manuel Matos Barbosa (amizade de sempre)...

O CINANIMA, os jornais, o movimento associativo de Espinho, os empreendimentos na cidade por onde passou criaram-lhe algo que parece que ninguém sabia:
afinal, numa pequena cidade longe da capital do país é possível construir um espaço e uma vivência de excelência. Por ali, em Espinho, em movimento constante e em afirmação clara, um homem deu a volta ao mundo sem se afastar da sua praia.

António Gaio foi em 1976 um dos fundadores e dirigente da Cooperativa Nascente, participou na fundação do CINANIMA, sendo diretor deste festival internacional de cinema de animação desde 1980. Cineclubista, publicou em 2000 a obra “História do Cinema Português de Animação – Contributos”, um livro que marca um ponto de partida para a memória da animação portuguesa.
Em 1997, recebeu a Comenda de Mérito Cultural, atribuída pelo Presidente da República e, mais recentemente, os cidadãos de Espinho, as associações e o município prestaram-lhe uma justíssima homenagem. Por ali se juntaram os amigos e foram obviamente muitos...


Entre 1925 e 2015, viveu em Espinho, de forma magnífica, um homem de cinema.

sábado, 1 de agosto de 2015

PECADO FATAL no CHICHESTER FILM FESTIVAL

Sobe para 34 o número de eventos cinematográficos onde a longa metragem PECADO FATAL marca presença. Desta vez é Inglaterra. 
O filme de Luís Diogo PECADO FATAL, que a Filmógrafo e o Cine-Clube de Avanca coproduziu, integra a selecção oficial do “24º Chichester International Film Festival”, que se realiza nesta cidade do Sudeste de Inglaterra na segunda metade de agosto.

PECADO FATAL é um dos 10 filmes europeus seleccionados numa secção onde entre os outros 9 filmes estão TANGERINES (nomeado para o Óscar de melhor filme estrangeiro este ano), MARSHLAND – LA ISLA MÍNIMA (o grande vencedor dos Goya deste ano, incluindo melhor filme, realizador e argumento), MY MOTHER, o último de Nani Moretti, (que há dois meses competiu em Cannes onde venceu o Prémio do Júri Ecuménico), SUMMER (que competiu, entre outros, no prestigiado festival norte americano de Chicago) ou THE GRUMP (nomeado para melhor filme e melhor realizador nos Jussi Awards, os Óscares Finlandeses).

Recorde-se que no ano passado o Festival de Cinema de Chichester premiou entre outros, filmes como PRIDE (nomeado para o Globo de Ouro de melhor comédia) ou IDA (Óscar para o melhor filme estrangeiro este ano).

Com 7 prémios em 2014, PECADO FATAL transformou-se na longa-metragem de ficção portuguesa mais premiada no ano passado. Em 2015 recebeu 2 novos prémios e foi nomeado para 3 prémios SOPHIA e para os Globos de Ouro de melhor atriz.
Curiosamente, todos as distinções foram atribuídas em sucessivos e diferentes países (Brasil, Bulgária, Cabo Verde, Canadá, Croácia, Itália, São Tomé e Príncipe e Portugal).

Protagonizado por Sara Barros Leitão, Miguel Meira e João Guimarães, este filme conta uma história de equívocos e paixão que vive no limbo de um pecado irrevelável. Um rapaz e uma rapariga apaixonam-se. Miguel leva Lila para uma noite de sexo rápido na casa de um amigo. Dado que a rapariga ainda dorme, ele sai de casa, deixando-a ao cuidado de Nuno e os acontecimentos precipitam-se.

Luís Diogo, embora seja natural de Castelo Branco, nasceu na Guiné-Bissau e vive em Paços de Ferreira, onde rodou esta sua longa-metragem.
Formado em artes visuais pela ESE de Castelo Branco e tendo estudado cinema na ESAP do Porto, tem orientado e coordenado ações de formação em escrita cinematográfica, nomeadamente no Festival de Cinema AVANCA.

O Cine-Clube de Avanca e a Filmógrafo procuram financiamentos para o próximo filme de Luís Diogo.